Paróquia São Pedro Apóstolo de Tupã - LEITURA ORANTE DA BÍBLIA

A Serviço do Evangelho. Igreja católica na Estância Turística de Tupã, Estado de São Paulo, situada na Região Pastoral II da Diocese de Marília

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LEITURA ORANTE DA BÍBLIA OU LECTIO DIVINA

A Leitura Orante ou Lectio Divina é um método de oração muito praticado na Igreja desde os primeiros séculos da era Cristã. Esta proposta de leitura da Bíblia teve um novo impulso pelo Concílio Vaticano II, através da Constituição Dogmática Dei Verbum, promulgada em 1965.

A expressão Lectio Divina foi utilizada primeiramente por Orígenes (século II-III), que afirmava que, para ler a bíblia com proveito, é necessário fazê-lo com atenção, constância e oração. Tempos depois a Lectio Divina transformou-se no exercício espiritual central da vida religiosa. As regras monásticas de Santo Agostinho, São Basílio e São Bento fizeram desta prática, junto com trabalho manual e a liturgia, a tripla base da vida monástica. A sistematização da Leitura Orante em quatro "degraus" provém de século XII.

Guido II, monge e prior da Regra Cartuxa, escreveu um livrinho intitulado "Escada de Jó - Tratado sobre o modo de orar, escada dos monges e escada do Paraíso", onde expunha a teoria dos quatro degraus: leitura, meditação, oração e contemplação. Segundo Guido, "essa é a escada pela qual os monges desde a terra até o céu".

Degraus da Leitura Orante

1 - Leitura - iniciado o primeiro degrau, o leitor-orante, de preferência, deve estar relaxado e acomodado, sem preocupações ou inquietações. Deve ter escolhido um texto bíblico previamente, geralmente um trecho curto, que deve ser lido pausadamente e com muita atenção. O leitor-orante deve apropriar-se das palavras como se Deus as dissesse para ele, naquele instante. A leitura do texto deve ser repetida quantas vezes se fizerem necessário, até que encontre morada no coração de quem lê. É necessário envolver-se com o texto e responder: O que diz o texto?

2 - Meditação - para que aconteça o segundo degrau, faz-se necessário "ruminar, mastigar, digerir" a Palavra de Deus até descobrir o que Deus está falando com o leitor-orante. É um momento de deixar o Senhor falar e abrir os sentidos para escutar. Deixar o texto iluminar a vida e a vida iluminar o texto. Trata-se de responder: O que diz o texto para mim hoje, agora?

3 - Oração - Nos dois degraus anteriores, Era Deus que se manifestava pela sua Palavra. Agora, o leitor-orante é o protagonista do diálogo da oração. Ele passa a conversar com Deus a partir do texto bíblico. Sua resposta - oração ou diálogo com Deus - pode ser uma súplica, uma ação de graças, uma petição ... Deve responder: O que o texto me faz dizer a Deus?

4 - Contemplação - o último degrau é o resultado natural que se chega a partir dos passos anteriores. Não é momento de palavras, mas de silêncio. É preciso calar-se e entregar-se a Deus. É preciso permitir que seja Deus a agir. É momento de adoração ao Senhor. A visão de tudo passa ter o critério a partir do olhar divino.

O monge Guido II resume os passos da Leitura Orante assim: "A leitura conduz o alimento à boca; a meditação mastiga-o e digere-o; a oração prova o seu gosto e a contemplação é a própria doçura que alegra e recria".

Dez pontos na realização da leitura Orante:

1) Iniciar invocando o Espírito Santo; 2) Leitura lenta e atenta do texto; 3) Momento de silêncio interior, lembrar o que se leu: 4) Ver bem o sentido de cada frase; 5) Atualizar e ruminar a Palavra, ligando-a com a vida; 6) Alargar a visão ligando o texto com outros textos da Bíblia; 7) Ler de novo, rezando o texto e respondendo a Deus; 8) Formular um compromisso de vida; 9) Rezar um Salmo apropriado; 10) Escolher uma frase como resumo para memorizar.

FONTE: Centro Diocesano de Pastoral da Diocese de Marília.

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